domingo, 25 de agosto de 2013

Quarto escuro.

Oi, tem alguém aí ?
 Da licença, tô entrando...
Entrei.

 Quando eu cheguei, já tinha alguém lá... Eu só queria ficar sozinha, mas já tinha gente, já estava ocupado.
Bem, eu me contentei em dividir minha tristeza. Contei sobre minhas decepções, falei das desilusões, das vontades e dos "não's" que recebi naquela semana. 
 Era tudo tão repetido. Aquela sensação de já ter vivido aquilo antes, de ter abandonado o quartinho escuro e de repente, voltar e encontrar tudo do mesmo jeito, na mesma posição, só que com mais poeira por causa do tempo que estava ali. Foi desconsertante me ver na mesma situação de sempre, agoniada, angustiada por não conseguir, não ter, não ser.
  Eu esperava o sol, eu chamava o sol, desejava o sol, implorava pelo sol, mas ele já tinha ido, ou nunca tinha aparecido, ele não estava lá. Continuou tudo escuro, como uma noite de inverno, frio demais, triste demais, solitário demais.
  Algo dentro de mim dizia pra ter esperança, mesmo desacreditada, no fundo ela existia, mas era sempre sufocada pelas lágrimas que não se continham. 
 Ainda que eu cantasse: Hoje eu só quero que o dia termine bem, o meu maior desejo era apenas que o dia terminasse, que aquela tristeza fosse embora, mesmo eu tendo a ciência de que era eu mesma quem à bajulasse e que por esse motivo ela não iria embora, mas precisaria me retirar do quartinho escuro.

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